quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

PÉROLAS ÀS PERUAS.

A minha cinebiografia tem um erro grave que a torna inverossímil e não condizente com a imagem de meu império atual: os ingressos são muito baratos.

Os roteiristas do filme amenizaram o início difícil de minha carreira. Antes de ser estilista, eu costurei muito para fora.

Tive certo problema com um distribuidor engraçadinho que queria promover o filme no Brasil com o título Coco na Privada.

Por falar em Brasil, o país está na moda. Minha última coleção de handbags – todas enormes, diga-se de passagem – foram inspiradas na Bovespa.

As meias grandes e largas estão voltando com tudo – pelo menos no Distrito Federal.

O tailleur, uma de minhas principais criações, virou uniforme de executiva. É um efeito colateral indesejado. Dia desses, fui almoçar perto da avenida Paulista e, olhando aquele mar de mulheres de crachá, fiquei pensando se não era a hora de voltarem aquelas roupinhas bufantes do século XIX.

Apesar desse final de campeonato emocionante, sou a favor do “mata-mata”. Mala branca é algo muito cafona, e pontos corridos eu só gosto em minhas roupas.

Minha fragrância mais conhecida é que leva o número 5. Por coerência, deveria ser a de número 2.

Para fazer um perfume de sucesso, mais importante que uma boa essência, é ter um anúncio na TV que ninguém entenda nada e que, no seu encerramento, uma voz feminina, levemente rouca, diga sussurrando o nome de sua marca. Funciona sempre, até com nomes que você nunca imaginaria que soariam fashion – como Ermenegildo, por exemplo.

Para você refletir: o dinheiro não compra elegância. Mas a elegância faz um dinheiro que vou lhe contar.

Muitos perguntam a minha opinião sobre o vestido de Geisy. Eu digo que deselegante é o pessoal da Uniban.

Os patrulheiros do politicamente correto querem que eu passe a usar a expressão “afrodescendentinho básico”.

Dica para os homens: tenha sempre um terno com um blazer de três botões e outro de dois. Antes de sair de casa, consulte na internet qual está na moda naquele horário.

Ainda não me lancei no Twitter e nem no Facebook. Eu sou o carrasco, e não a vítima da moda.